sábado, 25 de outubro de 2008

6.

E tem ele, nesse caos birrento, nessa explosão egocêntrica, é tragédia e danação, é fogo, é meu pedacinho de Rimbaud. Só leão, meu deus.
E tem ela, me fazendo companhia por dentro e no cair da noite. Ou num intervalo corrido em que eu não quero me despedir. Uma delícia de dependência completamente independente. Virou rotina e o sentido de rotina agora é outro.
E tem ela também, que não tá mais tanto assim comigo não, que é uma mulher fantástica. Que joga sério e brinca leve. E se cobra tanto e, dizem, parece esperar alguma coisa de você. Mas pra mim é leve, é lindo. Dá tanto, ajuda tanto. Gosta de verdade e essas coisas a gente nem precisa ficar dizendo. Simples: ela tá certa.
E tem tanto amor espalhado por aí. Tanto pedacinho inevitável da minha vida, tanto encontro, desencontro, ausência, reencontro. Tem aquele amadinho, que não se abre muito fácil não. Que tá sempre junto, sempre que pode. Que parece ter sempre uma preocupação e corre tanto, mas quando pára é de uma leveza que não existe. Apaixonante, apaixonante, é o que todo mundo diz. Ele é pra vida toda, é o que todo mundo quer.
E tem a interessantíssima, a engraçadíssima, a fofíssima, a meniníssima, a sensualíssima, o resolvidíssimo, o fofíssimo, o amabilíssimo, o figuríssimo. E tem mais de um em cada categoria e tem mais de categoria em cada um e não existe categoria que seja suficiente.

Oh, céus.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

5.

Eu sou muito caprichosa ou levemente obsessiva?
Você também acha que todas as minhas diversões são irônicas?
Nem todos os meus movimentos são friamente calculados. Calculados, eu admito.
Frio é o que você encontra se tentar mergulhar nos meus olhos.
E choque térmico assim não faz bem à saúde.

4.

All I wanted was some moloko plus drencrom. But that was a week ago. Today... I... don't know what I want. Again.
It's getting dark already. It will get sunny all too soon.
I'm Jack's wasted life, just because my body doesn't seem to take all this lovely fire and smoke and fever and lack of sleep and

domingo, 19 de outubro de 2008

3. Ah!

E agora, José? Tua Maria tá perdida que só ela.

Tá, perdida não. Esperando ansiosamente se perder. Se gastar, mesmo. Se queimar e ficar assim, em carne viva. Delícia.
Ou não.
Diabo de mulher que muda de vontade sem nem saber, sem nem sentir vontade. Fica mudando de vontade de sentir vontade de... vontade.


Ah.

sábado, 18 de outubro de 2008

2.

Às vezes numa noite fria e às vezes num dia bem quente... eu me lembro dela.
Da vontade que ela tinha de pertencer a mim, me transformar pra sempre. Da vontade que era minha de me entregar, fingir voar.
Eu conheço uma casa que tem uma janela. A janela é minha e, céus, eu ainda sou dela.
É a janela mais linda que eu já vi na minha vida. Se eu tivesse um coração, choraria só de ver.
E aí volta a vontade. De pertencer a ela e não mais e mais fundo e pra sempre e inteira, num suspiro. Num suspiro, nem minuto, minha doce morte pornográfica.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

1. O quadro

Uma penumbra quase breu. A última dança lenta de uma luz avermelhada, agonizante.
Silhuetas que se façam necessárias, bocas tingidas de vinho.
A fumaça e seus pontos de brasa.
Toda embriaguez de alma.
E a música, que completa a cena, nem existe mais.