quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

74.

Gabriel, cê leu meu outro blog?
Carroll me faz pular amarelinha. Poe me entende. Passa do "me entende". Me entende e entende como ele me entende? Beto, tô contigo nesse jeito de escrever. Não tô mais. A gente é tão diferente!
Eu tô alta, ela tá falando alto, nem tá, mas soa. Soa alto, soa. "Não sei quem teria gostado de mim".
Engraçado, eu tava pensando hoje, e, vamos admitir, nesses cinco últimos dias, em como as pessoas que eu acho interessantes não me acham. Não me acham, não me encontram, não me acham interessante. Você tinha me achado, você, você. Mas nunca me achou. Me pegou por aí, na mão, a menininha-mulher-perdida. A menininha perdida que te rejeita quando você estende a mão.
Mas, vê, eu quero que você me queira como quem quer quem não precisa de você, mas quer. Se mantém perto, mas me deixa só. E quando você se enganar, e você nem vai saber, fica mais perto do que nunca. E me aperta porque eu te quero tanto!
Minhas costas doem. Minha coluna é uma piada de mau gosto.
Eu também tô cansada. Não da cara com que me olham, do que assumem a partir daí. Não podem assumir com a consciência de que nada é absoluto, certo, humano?
Mas que merda, nada que se assume é humano.
Vai? Eu não sou quem você acha que eu sou por precaução. Nem por jogo, nem por brincadeira, nem por erro. E brincadeira, pra mim, é coisa séria.
Deixa eu contar:
eu digo a verdade.
Se você me pergunta, eu digo a verdade.
Não me acha segura por isso, isso já me protege demais. Quando você diz que sempre diz a verdade, ou antes, com esses meus olhos de "eu sou o que você quer e o que você menos quer", não te perguntam mais a verdade. Não querem a verdade de mim, não me querem.
Ai, eu sou má.
E não me querem, e nem é porque eu sou má. Eu não sou.
Mas eu pareço.
Não sejamos hipócritas demais, sim? Não me querem pelo que eu pareço. Eu não quero quem me quer pelo que eu pareço. Nem quem me quer pelo que eu não pareço a princípio, mas pareço depois.
Pré-adolescência, eu fico mais curiosa por quem não me quer a princípio. Mas quem não me quer a princípio nem depois, nem depois, sem explicação, me cansa.
A não-explicação não me cansa. Nãos me alimentam. Nãos e explicações me cansam. Ou não.
Ei, vamos lá:
Eu gosto tanto (!) do nível de auto-análise/sinceridade comigo mesma e com os outros que eu alcancei. Mas nem é isso que mais importa pra vocês. E eu, genuinamente, não me importo com o que importa pra vocês. Você me obrigou a pensar no que importa pra você. Não me importar, mas pensar em... e não me importar, assim, com a sua opinião, me faz má.
Eu ter te ligado sem parar, naqueles dias que passaram, me faz má. Qualquer coisa me faz má, quando você quiser. Você se conforta na minha maldade inexorável. Com escolha, sem, ela é maldade e conforta. Se fode.
Se afunda com o que eu sou ou pareço ser. Me come, literalmente, e ainda assim, e principalmente assim, você não vai me entender.
Você não vai.
Eu sou, hoje, tão leve e tão pesada. Quase como num sonho, porque pesada eu sempre fui. Tão mais livre e presa, pela consciência suprema das minhas prisões, ainda sabendo que eu não tenho a plena consciência delas. Ainda e sempre e ai.
Eu perdi o amor da minha vida aos 5.
O outro tá velho e lindo, e velho.
Eu amo a Lu, e ela é nova, eu não a tenho, nem queria.
Eu amo o Beto.
Eu amo minha priminha pequena, mas nem posso listar na minha lista de amor (POR ZEUS, EU SOU CAPAZ DE FAZER UMA LISTA PRA ISSO?), eu não a conheço.
Eu amo uma tia, que nem minha tia é. Eu amo minha avó, e nem achei que amasse, até os meus 14.
Eu gosto de café, de liberdades individuais etéreas, de cerveja, de mortes românticas, dos amores que eu nunca vou conseguir sentir, a não ser por quem já morreu.
Meu deus, eu não sinto nada.
Eu sinto muito, eu sinto tanto, eu sou tão seca, eu nasci morta.
Eu não aprendi a sentir o que eu sinto.
Eu sinto falta, mas isso não se aprende. Se sente. Sempre. Sempre. Sempre. Sempre.
Helô, lembra da nossa conversa? Acho que, em algum nível, é isso. A gente se aprende quando perde, no fim das contas. Quando perde gente, quando se perde, alguém aí sabe voltar do máximo da perda?
Porque, se o meu maior objetivo é me aprender, em tudo e qualquer coisa e no que há de mais perdido, de onde eu volto, quem me estende a mão, no rio do mundo dos mortos?
Já vi alguém, por muito menos, morrer por um calcanhar.
Por muito mais.
Por muito, e muito.
E muito e, como?
Muito.
Muito.
Muito.
Palavra gostosa.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

73.

Preciso, com urgência, de um passatempo interessante o suficiente. Preciso de um preenchetempo.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

72.

Vai lá, Damien:
"Don't build your world around
Volcanoes melt you down
What I am to you is not real
What I am to you... you do not need"
yada yada yada

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

71.

Curiosa, ridícula e sem propósito, de novo.