terça-feira, 24 de abril de 2012

134.

Repudiar as correntes de uma moral herdada e má, com força, com nojo, aos quatro ventos, não liberta.
Eu já sei que a falta de sentido não redime a culpa, que ódio não é antídoto pra nada e que não existe ser humano livre de si mesmo.
Ainda assim e sempre, sem saber como, queria poder viver meu corpo, perder meu discernimento e ser, de fato, e poder amar, e que minha cabeça no travesseiro concordasse com minhas convicções: não há sujo, não há mal, não há erro em ser carne e fogo e lama e fumaça e pele e língua e olhos.