quinta-feira, 5 de março de 2009

22. Um pouco de fumaça, se não for pedir demais.

O que eu quero é pegar tudo isso, que é meu, que você vê em mim e deseja, e jogar na sua cara. Na de qualquer um. Mostrar a desgraça que é qualquer coisa que esteja em mim. Porque eu não tenho mais nada além do que eu tenho.
Quero ver, pegar, juntar, qualquer beleza e qualquer vida. Pra jogar por aí. Pra espalhar e desperdiçar e sufocar e sufocar quem quer que pare pra olhar. Eu quero dividir tudo que for inútil enquanto jogo fora, em baús trancados, o que você quiser muito ter.
Eu quero me gastar, queimar, consumir; eu quero qualquer coisa que pulse.
Não sejamos hipócritas, sim? Não sejamos hipócritas demais.

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