quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

14.

Hoje eu vi fumantes do lado de fora de uma porta de hospital, mas tava ouvindo outra música.
Hoje eu acho que, pela primeira vez na vida, eu senti raiva por raiva. Sem fingir -muito bem- que ela não existe, como eu costumo fazer muito naturalmente.
Raiva de todos os lugares pelos quais eu passei andando sem rumo. Dos rostos que eu não queria estar vendo.
Mas foi rápido.
Aí ficou uma saudade imensa, daquelas que só eu sei sentir, saudade de doer na carne, que absurdo. Eu sou toda saudade, às vezes.
Tantas coisas que eu não posso valorar... porque eu não sei me conseguir as condições pra vivê-las.
Quanto mais eu sei, quanto mais eu quero, quanto mais eu queimo por tudo que eu não posso, mais eu me vejo estática.
Eu não sei me deixar ser quem eu sou.
Quanto mais eu bebo, quanto mais eu fumo, quanto mais eu rio e me divirto infinitamente por uma noite, pior é a vingança do dia seguinte. Às vezes. Não importa.
Eu não sei.
Eu sei que deixei de ser criança aos 5. Que gosto de homens de camisa vermeha. Que um maço de cigarros custa 3 reais. Que eu gosto de não me importar com as opiniões dos outros e que tá quase saindo do forno uma quiche fantástica.

3 comentários:

Luiza disse...

eu te amo. e isso é uma coisa odiosa de se ler depois disso, eu penso.

Unknown disse...

São 3h47 da manhã e eu não paro de pensar no quanto você é fantástica.

Dan disse...

se quiser, vc pode se vingar do dia seguinte no dia anterior. mas será que vale a pena? ótimo texto.