Aquele que anda com olhos nus e um coração em chamas descobre cedo que a única forma de querer-se vivo é recusar em si o pecado. Não o cometido, mas sua assunção.
Nunca permitir-se a noção de que sua vontade pura seja proibida, não deixar entrar o mal.
Ao invés disso, dançar com suas incoerências e aceitar o inexplicável como a mais profunda trama de si.
Convidar encantamentos viscerais em sua inocência, gozar o desespero de não ser, dançar com o diabo à meia-noite.
Viver pra saber morrer, morrer pra saber viver, adentrar os universos que aí cabem.
Aqueles que andam com corações nus e os olhos em chamas descobrem cedo como é doce, apesar de tudo.
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