quarta-feira, 14 de abril de 2010

84.

Dançando no caos e dançando em qualquer cantinho onde toque samba. Dançando sempre completamente nua. Apesar, claro, da minha armadura e meu elmo e aquele escudo que eu finjo nem trazer comigo e daquela armadilha de urso que eu coloquei bem naquele lugar em que você passa se eu me descuidar, só pra assegurar que eu não me traia, ou justamente o contrário.
Dançando na penumbra, vivendo na penumbra, amando, sempre e acima de tudo, os tons de cinza, de noite, de não e de pele.
Meus remédios antimonotonia são vários e estas, multiformes.
Then, again, tudo é multiforme e eu sou várias. Qual era meu ponto, mesmo?
Meu ponto era a dança. A dança, pra não ser o par.

2 comentários:

Paola Lappicy disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paola Lappicy disse...

Ao ler esse texto, logo imaginei vocë, dançando no caos, nas pontas dos pés, um samba de gafieira.Em passos inconstantes, sua bagunça encanta, e sua nudez é meramente
fantasiosa - você, na verdade,se
cobre com tantos véus que eu me
ponho em dúvida se algum dançarino,
de fato, conseguirá te despir por inteira.

Os olhares do publico estao todos aflitos, sem saber se olham para seus passes, seus passos, seus lábios avermelhados, ou teus olhos cobertos de imensidão.

Você não precisa de par. Danças, com teu charme ímpar, enfim. Cuidado, somente, pra não tropeçar.